Legolas foi uma das personagens que mais se destacou na saga O Senhor dos Anéis. O elfo, interpretado por Orlando Bloom, conquistou os fãs e empurrou o actor inglês, até então totalmente desconhecido, para uma carreira de sucesso em Hollywood. Dez anos mais tarde, Peter Jackson voltou a desafiar Orlando Bloom a vestir a pele de Legolas, agora em O Hobbit.
Numa entrevista concedida a alguns jornalistas durante as filmagens, o actor falou sobre a personagem, as novas tecnologias usadas nestes filmes e ainda sobre a relação que Legolas terá com Thranduil, rei elfo e pai da sua personagem.
Fica então a primeira parte da entrevista!
Fale-nos um pouco sobre o regresso às filmagens!Qual foi a sensação de regressar a este mundo, no primeiro dia?
Foi uma felicidade pura. Foi também algo como, "Oh meu Deus". Passaram dez anos, estou dez anos mais velho, como é que isto vai funcionar? Literalmente, disse "Posso experimentar o meu antigo fato, para ver como fica?" Foi incrível Pete [Jackson] estar novamente ao leme deste filme, e foi incrível ter recebido a chamada a dizer "Queremos que tenhas um papel no filme". Obviamente, respondi "Ohhhh! Vai ser interessante interpretar um elfo mais novo do que era, estando eu dez anos mais velho enquanto actor. Mas como os elfos não têm idade, conseguimos ultrapassar isso.
Há muitas diferenças entre o Legolas de O Hobbit e o de O Senhor dos Anéis?
Não significativamente. Essencialmente, os elfos do Reino da Floresta, de onde é o Legolas e o meu pai, Thranduil, o rei, são descritos por Tolkien como... não vou citá-lo correctamente, mas são diferentes dos elfos de Lothlorien e de Rivendel. São mais combativos, por assim dizer. Em O Senhor dos Anéis, Legolas foi enviado como uma espécie de ponte entre humanos, anões, feiticeiros e tudo o resto. Esta é uma introdução aos elfos do Reino da Floresta. Obviamente, vamos conhecer o meu pai, Thranduil, que é uma personagem muito poderosa e forte, que possui uma visão muito particular sobre quem são os elfos, especialmente os do Reino da Floresta. Eles são, como disse, uma espécie de grupo de guerreiros. Por isso, penso que o Pete [Jackson], a Phillipa [Boyens] e a Fran [Walsh] - todos queriam que o Legolas regressasse. Eles acharam que os fãs iriam apreciar ver o Legolas do Reino da Floresta, e havia a oportunidade de criar uma dinâmica de pai-filho, de Rei versus Príncipe que seria interessante e que serviria a história.
Sabendo o quão bem sucedida foi a trilogia O Senhor dos Anéis, e que Legolas não fazia originalmente parte de O Hobbit, houve alguma hesitação da sua parte em fazer parte deste filme?
Não depois de falar com o Peter. As ideias deles, que já expliquei, fizeram-me considerar que seria natural e eficaz [a introdução de Legolas]. Não [tive dúvidas] depois dessa conversa. Era algo que qualquer pessoa acharia. Há um grande amor por estes livros, e estes filmes, e estas histórias. Penso que, nas mãos de Peter, os fãs estarão seguros que ele irá fazer um filme que irá entreter e divertir, mantendo-se fiel à visão de Tolkien. Eles nunca se afastam completamente da visão de Tolkien daquele universo, e para mim era entusiasmante pensar em voltar para a Terra Média e ser parte disso. Isto é o Pete no seu ambiente, a fazer o que ele faz melhor. Por isso, era simplesmente muito entusiasmante.
Vocês expandiram as barreiras da tecnologia com os primeiros três filmes. Mas com estes, com o uso de 48 frames por segundo, do Red Epic 3D e sobretudo da slave motion cam, parecem estar a entrar numa nova geração. Pode falar-nos sobre o trabalho com uma slave motion cam e com os 48 frames por segundo?
Nunca fui muito apologista de tecnologia. O que posso dizer é que Peter Jackson irá sempre expandir as barreiras da tecnologia, sobretudo num filme como este. O que o Pete me explicou no início do filme ultrapassou-me, mas ao mesmo tempo fê-lo de forma muito simples. Ele disse que filmar com 48 frames por segundo em 3D tornaria a experiência de ver o filme mais agradável, natural e muito mais realista. No que respeita ao trabalho de um actor com uma slave motion cam, é interessante. É muito interessante. As novas tecnologias podem realmente ser um desafio. Mas assim que captamos o que é necessário, do que já vi, resulta incrivelmente. Muito do que fizémos em O Senhor dos Anéis, o que fez o Pete foram simplesmente perspectivas e mudanças de certos aspectos. Era muito rudimentar, comparado com o que está a ser feito actualmente. Respondendo à questão, estou tão entusiasmado como todos vocês, e espero que o público esteja curioso para ver como resulta tudo isto. Sei que o Pete e a sua equipa estarão incansavelmente a trabalhar para criar a melhor experiência cinematográfica possível.