Aqui fica, então!
Bom Natal!! E até à próxima!
Consiste numa colectividade de receptores no processo de comunicação de massas. É utilizado no campo de investigação dos media. A audiência não é, geralmente, observável: não tem espaço real, tem um carácter abstracto, é uma realidade diversa e em mudança.
As audiências são produto social e resposta a um padrão dos media. Podem ser definidas de várias formas: através do local, pelas pessoas, devido ao tipo de canal/meio, conteúdo da mensagem e tempo.
As origens das audiências estão no público de teatro, espectáculos e jogos. As noções passadas referem um ajustamento físico, a um lugar comum. Algumas das características que ainda permanecem são: a organização da visão/audição/ desempenhos, acontecimentos com carácter publico e secular, actos individuais de escolha, especialização de papéis (de autores, actores e espectadores).
A audiência contemporânea difere pela sua dispersão, individualização e privatização.
De acordo com Herbert Blumer, a audiência mediática surgiu da mudança social. Esta audiência é dispersa e os seus membros não se conheciam.
A comunicação de massas era heterogénea/dispersa, apresentando uma comunicação unilateral. O termo “massa”era considerado prejorativo.
A experiência da audiência é pessoal. Muitos media inserem-se em ambientes locais e culturas. A interação gerada desenvolve-se à volta do uso dos media no quotidiano. Estes actuam como presença amiga.
Nos anos 40/50, a investigação debruçou-se sobre a “redescoberta do grupo”. As audiências mostraram ser compostas por várias redes de relações sociais baseadas na localidade e em interesses comuns.
A audiência de rádio e televisão rapidamente se tornou um mercado para o consumo, com serviços e produtos: o chamado mercado mediático. Na formação da audiência enquanto mercado, os membros são consumidores individuais, as fronteiras baseiam-se em critérios económicos, os membros não se relacionam nem partilham uma identidade, e a sua formação é temporária.
A percepção de audiência é influenciada pelos media negativamente. A maior parte do entretenimento popular é conotada como inferior. O sistema de tv comercial e imprensa baseia-se na extracção de mais valias de uma audiência economicamente explorada. Os media necessitam das audiências. Os “índices de audiência” servem para enclausurar uma prática como construção singular.
Estas são variadas e as suas características gerais ajudam a construir, localizar uma identidade social. A pesquisa de audiência tem por objectivo: contabilizar vendas, medir o potencial para fins publicitários, manipular o comportamento de escolha de audiência, melhorar eficácia de comunicação; pretende ainda ir ao encontro das responsabilidades para servir as audiências e avaliar os media.
Quanto mais uma audiência for vista como agregado de indivíduos isolados (ou mercado de consumidores), tanto mais pode ser considerada como massa.
Sempre houve uma tendência de considerar o uso activo dos media como «preferível» ao passivo. Actos individuais de escolha dos media, de atenção e resposta, podem também ser activos, em termos do grau de motivação, atenção, envolvimento, prazer, resposta crítica ou criativa, ligação ao resto da vida, etc.
Há a visão de que as audiências se tornem cada vez mais fragmentadas e percam a sua identidade nacional, local ou cultural. Existirá também uma crescente distância entre ricos e pobres, quanto aos media. Por outro lado, poderão existir mais opções para formação da audiência disponíveis para mais pessoas, bem como maior liberdade e diversidade de comunicação e recepção.
O exemplo mais comum é o conjunto de leitores de um jornal local. Aqui, a audiência partilha pelo menos uma característica de identificação social e cultural.
Muitas das novas tecnologias ajudaram a promover as audiências de grupo. A televisão por cabo contribuiu para desafiar a emissão de massas e, actualmente, a Internet e a World Wide Web promovem novos tipos de audiências parecidas com grupos.
As audiências têm fortes possibilidades de se formarem com base em certos interesses, necessidades ou preferências relacionados com os media. A audiência como público tem uma vasta gama de necessidades e interesses que derivam de características sociais partilhadas, o «conjunto de gratificações».
Este conceito de audiência é identificado pela escolha de um tipo particular de meio. Cada meio – jornal, revista, cinema, rádio, televisão, disco – teve de estabelecer um novo conjunto de consumidores ou adeptos. Este tipo de audiência está próximo da ideia de «audiência de massas: é grande, dispersa e heterogénea, sem organização interna nem estrutura.
Sempre houve controvérsia sobre como apreciar a actividade da audiência típica dos media, bem como sobre o que quer dizer essa actividade.
Biocca propõe cinco versões diferentes de actividade de audiência:
Percorrendo o site do ICAM, é possivel encontrar mais informações com interesse. Alguns dos dados aí apresentados foram-nos úteis na realização do nosso trabalho.
Tal conceito é aplicado (sobretudo) em tv, uma vez que o público tem uma existência duradoura, o que, neste meio, não acontece.
Podemos, então, falar em três tipos de público:
Dayan apoia-se, também, numa definição de público quase filosófica, do autor Pierre Sorlin. Este define seis características de público:
O quase público só passará a público em determinadas (e raras) situações, tais como a manifestação pública da sua posição, através da entrada em determinado grupo.
Assim, em Dayan, a noção de quase público “ilumina” a nova definição de público, que consiste nas seguintes caregorias:
A comunidade virtual
Muitos afirmam que a Internet destrói as necessidades de espaço e tempo numa comunidade. A participação é fragmentada e isolada. Contudo, há que ver que esta nova ferramenta de comunicação tem muitas potencialidades. As comunidades virtuais não são simples chats, indo muito para além disso. Manter uma comunidade exige trabalho: não se limita à ligação virtual. Estas novas comunidades fornecem um sentimento de pertença, respondendo a algumas das necessidades dos indivíduos.
No seio destas comunidades, existem também regras (códigos de conduta, regras de civilidade, proibições), de forma a criar-se uma sensação de estrutura e continuidade.
A palavra escrita é a única forma de comunicação, pelo que deve ser usada adequadamente.
O autor verifica, também, que a forma de discutir ideias difere conforme o sexo do utilizador, sendo os homens tendencialmente mais acertivos.
A Internet potencia, ainda, a exploração de mundos imaginários, sem, no entanto, “desligar” os utilizadores da realidade: criam-se universos paralelos, de escape.
Principais conclusões
As comunidades virtuais potenciam novos tipos de comunicação interpessoal, ligando uma grande diversidade de pessoas, com uma característica comum: serem fãs de algo. Assim, a Internet é uma forma de enriquecimento das vidas dos indivíduos, quando usada apropriadamente. As comunidades virtuais são uma nova forma de ser-se fã e partilhá-lo com outrem.
O maior exemplo recente deste fenómeno é a Wikipédia. O termo “wiki” deriva da palavra havaiana, significando “rápido”. A Wikipédia permite que qualquer utilizador da Internet leve a cabo uma pesquisa, podendo, também, editar o conhecimento por ela disponibilizado. Desta forma, é criada uma gigantesca enciclopédia, disponível online Devido à sua componente inovadora, a Wikipiédia está no centro de grande controvérsia. Esta advém, sobretudo, do facto de se contar com a contribuição de privados não ser a forma habitual de criar enciclopédias, estando a sua elaboração a cargo de indivíduos prestigiados. Em lugar disto, a Wikipédia conta com a self-organizarion. Sendo uma ideia que data de 2001, já em 2005 atingira um enorme sucesso. Este advém, sobretudo, da facilidade a ela aceder. Por outro lado, uma vez que todos podem contribuir, acrescentando ou alterando entradas, praticamente todos os temas são objecto de atenção.
Há casos em que são detectados erros nas entradas da Wikipédia. Estes lançaram um enorme debate acerca da sua fiablididade. A resposta a tal debate é complexa. Se, por um lado, queremos acreditar no que lemos, sabemos que, na Wikipédia, não há alguém que controle os seus conteúdos: são os indivíduos que o fazem. Há,no entanto, quem defenda que esta forma de controlo é realmente produtiva: um erro detectado pode ser facilmente corrigido, o que não acontece numa enciclopédia tradicional. Esta auto-protecção é, portanto, apontada como uma vantagem.
Por outro lado, a quantidade de entradas na Wikipédia é muitíssimo maior que em qualquer outra enciclopédia. Isto torna-a a mas completa enciclopédia que alguma vez existiu. É, também, permanentemente actualizada, pelos seus milhares de utilizadores.
Assim, embora com notórias diferenças de enciclopédias usuais, que geram uma enorme controvérsia, a Wikipédia é a prova de que, tendo as ferramentas disponíveis, todos podemos ser produtores.
Com custos de distribuição e de produção muito baixos, devido à democratização das novas tecnologias, existem vários motivos que levam os indivíduos a ser produtores. Entre eles, destaca-se a reputação. Esta poderá, futuramente, repercutir-se em formas de pagamento e/ou de lucro mais concretas.
Devido à facilidade em criar e distribuir mensagens e conteúdos, há um número crescente de indivíduos que procuram publicar os seus conteúdos. Por exemplo, um escritor poderá ver a sua obra publicada graças ao site Lulu.com. na Coreia do Sul, o trabalho dos jornalistas é ajudado por privados, que lhes enviam notícias de todos os géneros.
Com esta diversidade de insentivos, os indivíduos procuram, cada vez mais, ser ciradores, em lugar de apenas consumidores. A própria indústria do entretenimento poderá beneficiar com esta nova tendência.
Assim, a divisão entre consumidores e produtores está cada vez mais ténue. O consumidor é, também, produtor. Assim se gera a nova “arquitectura de participação”, na qual a democratização dos meios de produção é fundamental.