Quando o East Centre Mall surgiu na área do consumo em 1992 parecia ser uma combinação entre um oásis turístico e um hipermercado. É o mais importante centro comercial de Helsinki, Filândia. O acesso é facilitado (ligações com o metro e com os autocarros) e a sua estrutura divide-se em duas secções:
- The Boulevard: É a maior e mais recente parte; uma espécie de rua com arcadas e lojas em 3 andares.
- The Passage: É a parte mais antiga e mais pequena;
O facto de se tratarem de uma espécie de ruas tem a vantagem de se conseguir conhecer o espaço rapidamente e de estas “encaminharem” os consumidores.
A abertura de um centro comercial numa cidade pequena tem uma importância muito significante para a vida pública desse local. O East Centre Mall pode ser visto como a criação de um novo tipo de comércio centralizado.
- Características apelativas
Aquando questionadas as pessoas responderam que as coisas que mais lhes agrada num centro comercial são: a facilidade, a conveniência, o preço barato e o facto de tudo estar concentrado debaixo de um mesmo tecto. As questões centrais são portanto a facilidade e a eficiência, caso estas não existissem, era impossível encarar esta actividade como entretenimento e lazer.
A área dos restaurantes cria uma tensão entre o familiar e o desconhecido.Estes permitem ao consumidores experimentar diferentes refeições e por não estarem habituados, isto causa uma certa sensação de risco. Contudo, esta é uma “aventura” controlada e que prevê um “final feliz”.
O prazer de comprar e o turismo estão intimamente ligados. Geralmente os consumidores são turistas ou agem como tal. Ir ao centro comercial é fazer uma deslocação, ou seja, ir a um local a qualquer distância e regressar. Os entrevistados admitiram preferir ir a um centro comercial a longa distância do que irem às lojas perto da residência.
Há um paradoxo em ir a um centro comercial conhecido porque sabe-se aonde este é, contudo, podemos “perder-nos” perante a quantidade de bens oferecidos.
Comprar pode ser uma oportunidade para nos divertirmos e termos o nosso próprio tempo de ondependencia e autonomia, é possível estar sozinho sem nos sentirmos sós. No entanto, também é preciso ver o acto de ir às compras como um acto social: É possível passar tempo junto de outras pessoas e em simultâneo partilhar a criação de gostos e estilos. Serve de escape às responsabilidades do dia-a-dia onde as pessoas podem relaxar juntas.
Ir às compras pode associar-se à ideia de ritual (sequencia de acções coerentes que criam e organizam a nossa experiência):
- Muitas pessoas que trabalham junto dos shoppings passam lá grande parte da sua hora de almoço;
- Muitas pessoas vão ao shopping quando saem do trabalho e vão a caminha de casa
- Durante a semana a sexta-feira e o sábado, são os dias de maior afluência nas compras.
Certas áreas como os cafés são atractivas porque permitem às pessoas pararem, relaxarem e olharem à volta antes de regressarem às compras. A um nível o consumidor está sempre alerta e à espera de adquirir algo novo; a outro nível os consumidores estão muito relaxados (devido ao lado tranquilizador do anonimato). Durante a ida ao centro comercial têm-se novas ideias e isso permite fantasiar sobre nós como outros pessoas. Mais do que segurança, o centro comercial dá confiança, na medida em que permite saber que se volta satisfeito.
O grande desafio não é comprar tudo, mas sim, saber resistir.
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