sábado, novembro 04, 2006

"Práticas produtivas e relacionamento entre jornalistas e fontes de informação", Rogério Santos (texto 7 da sebenta)

Este texto descreve o relacionamento entre jornalistas e fontes de informação, na produção de notícias.

Definição de fontes de informação:

As fontes podem ser definidas como o agente que o jornalista observa e entrevista, para obter informações e sugestões noticiosas. Distinguem-se quatro categorias principais de fontes (Ericson et al.):
  • Jornalistas – inserem com frequência pontos de vistas nos textos, para enquadrar e fazer a ligação entre comentários das fontes. O seu conhecimento vem de relatos já publicados ou de informações de fontes que preferem anonimato;
  • Porta-vozes de instituições e organizações governamentais – dominam os noticiários. Estão incluídas as ligadas às áreas da justiça e da administração;
  • Porta-vozes de instituições e organizações não-governamentais – incluem empresas, associações de consumidores, ambientais e de direitos cívicos. Estão atentas ao que os jornalistas dizem sobre elas, publicitam o que é favorável e escondem o que é menos vantajoso;
  • Cidadãos individualizados – servem pontos de vista dos jornalistas e aparecem com muitas citações. Assumem três modos:
    - reacção publica a acontecimentos já enquadrados (cartas ao director);
    - critica a políticas ou práticas com impacte negativo directo sobre eles;
    - expressão de emoções face a acontecimentos críticos ou de pontos de vista particulares.

    A partir de dados obtidos pelos jornalistas, dividiram-se as fontes em três categorias principais:
  • Oficiais (governo, instituições de carácter governamental ou privados, principais empresas)
  • Regulares (empresas, associações, líderes de opinião, analistas)
  • Ocasionais ou acidentais (quando um individuo observa um acontecimento e lhe é pedida uma opinião)

Estratégias de acesso:

As fontes de informação pretendem compreender os critérios de noticiabilidade dos jornalistas e como são seleccionadas. Destacam-se duas possibilidades de as fontes chegarem às organizações noticiosas:

  • Acesso: as ideias vinculadas pela fonte podem ter muita implantação no texto jornalistico;
  • Cobertura: indicação superficial do evento, destacando as situações mais cómicas.

A diferença entre acesso e cobertura está também relacionada com o meio de comunicação.
As fontes libertam informação à medida do seu interesse, quanto menos informação for dada melhor é aceite pelo jornalista. As fontes têm que prever a reacção dos media e devem elaborar boletins e jornais, que servem de veiculo de transmissão.

A designação de fonte varia segundo a entidade representada:

  • assessor de imprensa: tem contacto regular com os jornalistas
  • porta-voz: nomeado para falar sobre um assunto especializado (na politica são o chefe da Casa Civil e o assessor de imprensa, enquanto que nas empresas é o patrão ou o responsável pelo departamento de comunicação)

Rotinas Produtivas das Fontes

O contacto entre fontes e jornalistas pode ser feito através de: comunicados, conferências de imprensa, almoços e visitas. Também preparam fugas de informação que têm por objectivo atingir alvos políticos, económicos ou sociais.
A relação divide-se, portanto, em três formas de actuação:

  • assertiva ou proactiva: preparação de material para os órgãos de comunicação
  • reactiva: a resposta aos jornalistas (principal papel)
  • organização interna

Quando a cobertura jornalística é deficiente ou desfavorável, existem dois processos:

  • internos: contactar o jornalista ou o directos pedindo uma correcção
  • externos: ausência de cooperações futuras, apelo à alta autoridade para a comunicação social ou acções em tribunais)
    Contudo, a imprensa não gosta de publicar rectificações.

1 comentário:

CHIC-HANDSOME disse...

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