O mais recente filme do realizador Agustín Díaz Yanes , "Capitão Alatriste", tornou-se um caso de sucesso em Espanha. Trata-se da adaptação para cinema da obra do autor espanhol Arturo Pérez-Reverte.

Viggo Mortensen é o actor em destaque neste filme. Tendo já comprovado inúmeras vezes as suas capacidades, Viggo demosntra mais uma vez que é da paixão e da dedicação que surgem as grandes obras. "Capitão Alatriste" poderia, de facto, ser apenas mais um filme de aventuras, com o "inconveniente" de ser integralmente falado em castelhano. Contudo, e apesar da película em questão ter tido uma discreta passagem pelas salas de cinema portuguesas (após escassas semanas da estreia, encontra-se apenas em exibição nos cinemas UCI do El Corte Inglés), trata-se de uma obra que vale a pena ver e apreciar.

Um pouco diferente do cinema de aventuras hollywoodesco, "Capitão Alatriste" foca-se na densidade dramática da personagem Diego Alatriste, bem como na sua incapacidade de aceitar a decadência de um Império, outrora glorioso. É, portanto, de grande relevo compreender o enquadramento histórico da obra (passada no século XVI).

As vivências e aventuras de Diego Alatriste são-nos apresentadas de forma "crua", através de diálogos que, frequentemente, transmitem preocupações e sentimentos que poderiam facilmente ser transpostos para a actualidade. Deste modo, muito para além de se tratar de um filme de aventuras, "Capitão Alatriste" (recordando tenuamente "O Senhor dos Anéis") transmite uma mensagem de humanidade, através de uma personagem que é imperfeita, que erra e que, tal como todos nós, quer apenas ser feliz.

" Y sabes que después de la muerte no hay nada?..."